Nos últimos meses, vários acidentes foram registrados no Sul de Minas na prática do voo livre, um esporte radical muito comum na região. Alguns deles foram causados por condições desfavoráveis do tempo. Outros, por falta de perícia dos pilotos. O mais recente aconteceu no último fim de semana em Natércia, onde um piloto morreu depois de saltar de uma pedra, em uma fazenda. Néliton Hudson Gusmão, de 34 anos, saltou de parapente de uma pedra no alto de um morro e caiu próximo a uma árvore. Ele ainda não tinha a licença de pilotagem e praticava o esporte há apenas seis meses.


 A família de Néliton acredita que as condições do tempo não eram adequadas para o voo. Segundo os parentes, era um dia de ventos fortes em Natércia. A mãe de Néliton, Catarina Gusmão, diz que um amigo chegou a aconselhá-lo a não voar: "Ele ligou para um amigo em Pedralva que disse que não era para ele voar. Mas ele disse que estava com vontade e que iria sim".


Do início de 2010 até agora, 10 acidentes envolvendo voos de paraglider aconteceram no Sul de Minas. Um dos mais graves aconteceu em fevereiro do ano passado, quando um estudante morreu depois de decolar de uma rampa em Poços de Caldas. David Nogueira, de 38 anos, perdeu o controle do equipamento e bateu em algumas árvores. David havia concluído um curso de voo livre e já estava liberado para o primeiro voo, sem monitoramento de um instrutor. Em junho do mesmo ano, no campeonato de paraglider de São Lourenço, um piloto perdeu o controle do equipamento e caiu de uma altura de 800 metros. Apesar do susto, ele não morreu. A causa do acidente também teria sido o mau tempo.

Cuidados

Para fazer um voo com segurança, os pilotos precisam tomar cuidado com vários fatores. Um deles é a velocidade do vento. O instrutor Alexandre de Almeida, que dá aulas do esporte há cinco anos, explica que o equipamento tem uma velocidade máxima de vento que é suportada. Nesta época do ano, os ventos mais fortes oferecem mais riscos aos pilotos. "No mês de agosto, todo mundo sabe que o vento dá uma acelarada. Os cuidados que os pilotos precisam tomar é nunca decolar com rajadas fortes. O certo é saltar com ventos a 25 quilômetros por hora ou menos", diz o instrutor.

Para praticar o esporte é preciso ter um mínimo de 30 horas. A aula precisa ser feita com um instrutor certificado pela Associação Brasileira de Voo Livre, o que dá direito à habilitação. O praticante deve ter mais de 18 anos, mas a partir dos 16, com autorização dos responsáveis, já se pode fazer o curso. Outra dica dos instrutores é evitar voar sozinho se não tiver muita experiência. Estar acompanhado com pessoas mais experientes e precavido, pode fazer toda a diferença.

SUL DE MINAS REGISTRA 10 ACIDENTES COM PARAGLIDER EM 2 ANOS

Nos últimos meses, vários acidentes foram registrados no Sul de Minas na prática do voo livre, um esporte radical muito comum na região. Alguns deles foram causados por condições desfavoráveis do tempo. Outros, por falta de perícia dos pilotos. O mais recente aconteceu no último fim de semana em Natércia, onde um piloto morreu depois de saltar de uma pedra, em uma fazenda. Néliton Hudson Gusmão, de 34 anos, saltou de parapente de uma pedra no alto de um morro e caiu próximo a uma árvore. Ele ainda não tinha a licença de pilotagem e praticava o esporte há apenas seis meses.


 A família de Néliton acredita que as condições do tempo não eram adequadas para o voo. Segundo os parentes, era um dia de ventos fortes em Natércia. A mãe de Néliton, Catarina Gusmão, diz que um amigo chegou a aconselhá-lo a não voar: "Ele ligou para um amigo em Pedralva que disse que não era para ele voar. Mas ele disse que estava com vontade e que iria sim".


Do início de 2010 até agora, 10 acidentes envolvendo voos de paraglider aconteceram no Sul de Minas. Um dos mais graves aconteceu em fevereiro do ano passado, quando um estudante morreu depois de decolar de uma rampa em Poços de Caldas. David Nogueira, de 38 anos, perdeu o controle do equipamento e bateu em algumas árvores. David havia concluído um curso de voo livre e já estava liberado para o primeiro voo, sem monitoramento de um instrutor. Em junho do mesmo ano, no campeonato de paraglider de São Lourenço, um piloto perdeu o controle do equipamento e caiu de uma altura de 800 metros. Apesar do susto, ele não morreu. A causa do acidente também teria sido o mau tempo.

Cuidados

Para fazer um voo com segurança, os pilotos precisam tomar cuidado com vários fatores. Um deles é a velocidade do vento. O instrutor Alexandre de Almeida, que dá aulas do esporte há cinco anos, explica que o equipamento tem uma velocidade máxima de vento que é suportada. Nesta época do ano, os ventos mais fortes oferecem mais riscos aos pilotos. "No mês de agosto, todo mundo sabe que o vento dá uma acelarada. Os cuidados que os pilotos precisam tomar é nunca decolar com rajadas fortes. O certo é saltar com ventos a 25 quilômetros por hora ou menos", diz o instrutor.

Para praticar o esporte é preciso ter um mínimo de 30 horas. A aula precisa ser feita com um instrutor certificado pela Associação Brasileira de Voo Livre, o que dá direito à habilitação. O praticante deve ter mais de 18 anos, mas a partir dos 16, com autorização dos responsáveis, já se pode fazer o curso. Outra dica dos instrutores é evitar voar sozinho se não tiver muita experiência. Estar acompanhado com pessoas mais experientes e precavido, pode fazer toda a diferença.