Embora o Sul de Minas tenha uma vocação agrícola significativa, quase que exclusivamente pela produção do café, os números mostram que a realidade começa a mudar principalmente nas grandes cidades da região. Nos principais municípios, como Poços de Caldas, Varginha e Pouso Alegre, os últimos dados do PIB mostram que a agricultura tem deixado de ser o carro chefe. Nessas três cidades, a agricultura representa menos de 3% da participação em todas as riquezas que são produzidas. Em Pouso Alegre, ela ainda representa 2,6%, mas em Poços de Caldas, cai para 1,5%. Para se ter uma idéia, em municípios menores, com vocação agrícola, como é o caso de Três Pontas, a produção do café chega a representar 19% de toda a riqueza que é gerada na cidade.



Na contramão, crescem a participação das indústrias e do setor de prestação de serviços. A indústria se faz mais presente em Poços, maior cidade da região. No município, elas já respondem por 34% de toda a riqueza gerada. Mas é o setor de serviços que causa o maior impacto nas receitas das grandes cidades. Em Pouso Alegre, o setor já responde por 60,3% delas.

A mudança desse cenário também representa uma alteração no perfil do trabalhador. A chegada de empresas do ramo de eletrônica, vestuário e peças automobilísticas tem gerado novas oportunidades, mas que nem sempre são agarradas por falta de qualificação. "O que vemos hoje é que as vagas existem, mas não há mão de obra qualificada. Os centros de formação não se reciclaram conforme a demanda do mercado e o resultado é a falta de qualificação de pessoa", diz o gerente regional do Ministério do Trabalho em Varginha, Paulo Andrade Azevedo. Segundo ele, não há um dado concreto sobre quantas pessoas estão desempregadas na região, mas esse número é acompanhado pelo Caged, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, do Ministério do Trabalho.

Por esses números, Varginha, por exemplo, apresentou de janeiro a março deste ano saldo positivo de 309 empregos. Os setores que mais contribuíram foram o de prestação de serviços e o da indústria de transformação. De acordo com o IBGE, o município tem hoje mais de 37.861 pessoas ocupadas, o que representa 30,7% da população total. O salário médio é de 2,6 salários mínimos.

Embora o perfil do trabalhador esteja mudando, a safra agrícola ainda tem grande peso no mercado de trabalho da região. Até setembro ou outubro, quando termina a colheita do café, entre 20 e 30 mil trabalhadores rurais temporários estarão empregados. O problema é o que acontece após esse período, quando a maioria dessas pessoas já não têm a renda garantida.

Fonte: EPTV

SUL DE MINAS: NOVAS CHANCES COM INDUSTRIAS E SERVIÇOS NÃO AFASTAM A ATIVIDADE NO CAMPO

Embora o Sul de Minas tenha uma vocação agrícola significativa, quase que exclusivamente pela produção do café, os números mostram que a realidade começa a mudar principalmente nas grandes cidades da região. Nos principais municípios, como Poços de Caldas, Varginha e Pouso Alegre, os últimos dados do PIB mostram que a agricultura tem deixado de ser o carro chefe. Nessas três cidades, a agricultura representa menos de 3% da participação em todas as riquezas que são produzidas. Em Pouso Alegre, ela ainda representa 2,6%, mas em Poços de Caldas, cai para 1,5%. Para se ter uma idéia, em municípios menores, com vocação agrícola, como é o caso de Três Pontas, a produção do café chega a representar 19% de toda a riqueza que é gerada na cidade.



Na contramão, crescem a participação das indústrias e do setor de prestação de serviços. A indústria se faz mais presente em Poços, maior cidade da região. No município, elas já respondem por 34% de toda a riqueza gerada. Mas é o setor de serviços que causa o maior impacto nas receitas das grandes cidades. Em Pouso Alegre, o setor já responde por 60,3% delas.

A mudança desse cenário também representa uma alteração no perfil do trabalhador. A chegada de empresas do ramo de eletrônica, vestuário e peças automobilísticas tem gerado novas oportunidades, mas que nem sempre são agarradas por falta de qualificação. "O que vemos hoje é que as vagas existem, mas não há mão de obra qualificada. Os centros de formação não se reciclaram conforme a demanda do mercado e o resultado é a falta de qualificação de pessoa", diz o gerente regional do Ministério do Trabalho em Varginha, Paulo Andrade Azevedo. Segundo ele, não há um dado concreto sobre quantas pessoas estão desempregadas na região, mas esse número é acompanhado pelo Caged, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, do Ministério do Trabalho.

Por esses números, Varginha, por exemplo, apresentou de janeiro a março deste ano saldo positivo de 309 empregos. Os setores que mais contribuíram foram o de prestação de serviços e o da indústria de transformação. De acordo com o IBGE, o município tem hoje mais de 37.861 pessoas ocupadas, o que representa 30,7% da população total. O salário médio é de 2,6 salários mínimos.

Embora o perfil do trabalhador esteja mudando, a safra agrícola ainda tem grande peso no mercado de trabalho da região. Até setembro ou outubro, quando termina a colheita do café, entre 20 e 30 mil trabalhadores rurais temporários estarão empregados. O problema é o que acontece após esse período, quando a maioria dessas pessoas já não têm a renda garantida.

Fonte: EPTV