Assembléia Legislativa de Minas Gerais  aprovou um requerimento para a criação de uma CPI (Comissão Parlamentar  de Inquérito) para investigar a instalação e operação de radares no  Estado. O requerimento é da Comissão de Defesa do Consumidor. Entre os  municípios citados no requerimento, está Pouso Alegre. A empresa  Consladel, responsável pela instalação dos radares na cidade no fiinal  de 2009, foi citada em uma reportagem investigativa do Fantástico no  último domingo (13). A matéria mostrou um retrato de como funciona a  indústria de multas no Brasil, que fatura R$ 2 bilhões por ano através  de fraudes e negociatas. A investigação foi feita no Rio Grande do Sul,  Paraná e São Paulo e citou nove empresas, entre elas a Consladel.
|  | 
| O Famigerado "Pardal" | 
A empresa foi responsável pela  instalação de radares semafóricos e de controle de velocidade na cidade.  Só nos primeiros seis meses em vigor, mais de 10 mil notificações de  infrações de trânsito foram emitidas. A quantidade de multas assustou os  moradores da cidade e gerou reclamações. Audiências públicas foram  realizadas na Câmara Municipal da cidade para debater o assunto. Uma  comissão especial foi criada para analisar o contrato e verificar  possíveis irregularidades. A prefeitura do município conseguiu anular a  comissão na Justiça alegando que ela teria sido criada de forma  irregular pela Mesa Diretora da Câmara. O Ministério Público também  instaurou um inquérito para apurar denúncias sobre a quantidade de  multas aplicadas na cidade depois que um advogado entrou com uma ação  conjunta de reclamações. Dentro de Pouso Alegre existem 16 radares.
Sobre as irregularidades citadas  na reportagem do Fantástico, a Prefeitura de Pouso Alegre, através da  assessoria de comunicação, informou que não tem motivos para se  manifestar porque o assunto não tem relação com a cidade. Ainda segundo a  prefeitura, a contratação da empresa foi feita por meio de licitação de  concorrência pública e não carta convite, conforme funcionaria o  esquema denunciado pelo Fantástico. O contrato da Consladel com a  Prefeitura de Pouso Alegre prevê o pagamento de até R$ 11 milhões, mas a  administração municipal só paga por serviço solicitado. Não há um valor  mensal fechado. A prefeitura ainda informou que não tem feito  solicitações de serviço à empresa. O contrato entre a administração e a  Consladel vence no mês de julho.
O requerimento aprovado na  Assembléia Legislativa deve ser assinado por pelo menos 26 deputados  para ter validade. Um outro requerimento, do deputado Dalmo Ribeiro, que  pede uma audiência pública para verificar a instalação e a operação dos  radares de Pouso Alegre, também foi aprovado pela Assembléia. A data  dessa audiência ainda não foi definida.



-min.png)