O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), saiu em defesa do humorista Léo Lins, condenado pela Justiça Federal a 8 anos e 3 meses de prisão em regime inicialmente fechado. A pena se baseia no artigo 20 da Lei do Racismo e no artigo 88 do Estatuto da Pessoa com Deficiência, por declarações feitas no show “Perturbador”, de 2022, que teve cerca de 3 milhões de visualizações no YouTube.
Em publicação na rede social X, nesta sexta-feira (6), Zema criticou a decisão judicial, afirmando que "fazer piada não é caso para cadeia" e ironizou: “Não gostou da piada? Levanta e conta uma melhor. Ou, se incomodou, levanta e sai da sala”. Para o governador, é contraditório punir um comediante enquanto “criminosos violentos seguem soltos”.
Segundo o Ministério Público Federal, o espetáculo de Léo Lins continha falas ofensivas contra negros, idosos, obesos, pessoas com deficiência, homossexuais, portadores de HIV, judeus, evangélicos, indígenas e nordestinos. Ainda de acordo com a sentença, o humorista teria admitido o caráter preconceituoso das piadas, demonstrado indiferença à reação das vítimas e afirmado estar ciente de possíveis consequências judiciais.
A juíza federal Barbara de Lima Iseppi afirmou que a liberdade de expressão tem limites e que, nesse caso, deve prevalecer o respeito à dignidade humana e à igualdade. Para ela, conteúdos como o do réu estimulam a intolerância e a violência verbal. A defesa ainda pode recorrer da decisão.
O caso gerou ampla repercussão. Os apresentadores Danilo Gentili e Marcos Mion manifestaram apoio a Lins, mas Mion apagou sua publicação após críticas. Já o humorista, em vídeo publicado na quinta-feira (5), ironizou a juíza e afirmou que o mundo estaria vivendo “uma das maiores epidemias dos últimos tempos: a da cegueira racional”.
Da Redação do Popular.net
Foto: Gil Leonardi/Imprensa MG