Terceira pesquisa realizada pelo Programa de Pós-Graduação em Gestão e Desenvolvimento de Regional (PPGDR) detectou mais um aumento no valor da cesta básica na cidade de São Lourenço-MG, entre os meses de abril e maio.
Neste mês chegamos à terceira pesquisa de preços em São Lourenço e mais uma vez o índice de inflação da cesta básica (ICB – FUSAL/UNIS) apresentou alta, desta vez de 4,58% comparando
o mês de maio com abril. A pesquisa realiza a coleta de preços de 13 produtos que compõem a cesta
básica nacional de alimentos nos principais supermercados da cidade, tendo por base a metodologia
estabelecida pelo DIEESE a nível nacional.
Os resultados das pesquisas deste ano estão relacionados na tabela 1:
A pesquisa demonstrou que neste mês de maio o valor médio da cesta básica nacional de alimentos para o sustento de uma pessoa adulta na cidade de São Lourenço é de R$563,20, correspondendo a 55,35% do salário mínimo líquido. Dessa forma, o trabalhador que recebe um salário mínimo mensal precisa trabalhar 112 horas e 38 minutos por mês para adquirir essa cesta.
A pesquisa do DIEESE referente a abril de 2021 (divulgada no último dia 07 de maio) demonstrou que a capital com maior valor da cesta básica no Brasil é Florianópolis (R$634,53) e a capital com o valor mais baixo é Salvador (R$457,56). A capital do nosso estado, Belo Horizonte, tem como valor da cesta básica R$565,78.
Em outras cidades também pesquisadas pelo Departamento de Pesquisa do Grupo UNIS os valores da mesma cesta básica neste mês de maio foram os seguintes: Varginha R$484,44 e Pouso Alegre R$527,93.
Entre os meses de abril e maio, dos 13 produtos componentes da cesta básica pesquisada em
São Lourenço, 9 apresentaram alta dos preços médios, são eles:
Foi realizado um ajuste em relação ao primeiro relatório a partir de uma adaptação da metodologia do DIEESE |
A elevação nos preços da batata ocorreu em razão do encerramento da chamada “safra das
águas” que provocou queda na oferta do produto, diminuindo a sua disponibilidade no mercado.
Em
relação à carne bovina, o aumento no preço é explicado pelo bom desempenho das exportações deste
produto e a continuidade da baixa oferta de animais para abate, somando-se a isso o alto custo da
alimentação para o gado (milho e farelo de soja).
No que tange ao açúcar refinado, a demora na
maturação da cana-de-açúcar atrasou o início da moagem nas usinas, mesmo com o início da safra
2021/2022, diminuindo assim a oferta dos seus derivados e elevando os preços aos consumidores.
Quatro produtos tiveram queda em seus preços médios, são eles:
Informações do CEPEA (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada - ESALQ-USP). |
Mesmo estando no período de entressafra e com oferta menor, os preços do tomate tiveram
queda, ao contrário do que ocorreu nas outras cidades pesquisadas. Isso pode ter duas explicações: a
baixa demanda por parte dos consumidores e a provável tentativa dos supermercados em venderem
o restante da safra anterior antes da chegada da nova colheita. Porém, a tendência é de aumento nos
preços no curto prazo, até que a nova safra chegue com mais efetividade.
Os resultados desta última sondagem permitiram confirmar algumas das projeções que
fizemos no relatório do mês anterior, visto que a dinâmica das safras de alguns produtos e a demanda
externa bastante aquecida provocaram grandes elevações em produtos como batata, carne bovina e
açúcar refinado, impactando de forma decisiva no valor da cesta básica em São Lourenço.
Acredita-se que tais fatores, somados a um possível aquecimento da demanda interna, venham
a influenciar o comportamento futuro dos preços no curto prazo.
DEPARTAMENTO DE PESQUISA UNIS/MG.
FACULDADE UNIS SÃO LOURENÇO
Responsáveis pela pesquisa e análise:
• Liliana Aparecida Lemos
• Prof. Me. Frederico Imbelloni Bernardes
• Prof. Dr. Pedro dos Santos Portugal Júnior
Da Redação do Popular.net