A partir desta segunda-feira (05/10), as escolas particulares e municipais que estão em cidades da onda verde, do programa estadual Minas Consciente, vão poder retomar as aulas presenciais, caso isso tenha sido autorizado pelas prefeituras. Mas as escolas estaduais só voltam a partir do dia 19, depois de avaliação diagnóstica do aprendizado adquirido pelos alunos durante a pandemia. O diagnóstico deve ser realizado pelo aluno também a partir desta segunda, no site da Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE-MG).

A avaliação será aplicada aos estudantes do 2º ano do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio e não vale nota. O objetivo é identificar as dificuldades e o conteúdo assimilado por cada um durante as aulas remotas oferecidas por programa de TV e por apostilas, distribuídas pelas escolas. Para estudantes que não têm internet, as escolas fornecerão a avaliação impressa. A partir dos resultados, cada estudante terá acesso a um Plano Individual de Estudos.

A diferença de níveis de aprendizado entre os alunos é um dos principais problemas já apontados pelo levantamento “A Educação Não Pode Esperar”, feito pelo Tribunal de Contas do estado de Minas Gerais, em parceria com o Instituto Rui Barbosa.

Mesmo assim, o levantamento mostrou que 45% das instituições de ensino não vão revisar conteúdo ministrado durante a pandemia. A pedagoga, advogada e coordenadora da Escola de Contas do TCE, Naila Mourthé, acredita que isso pode distanciar ainda mais o aluno das salas de aula.

“A preocupação com evasão escolar é o que mais assusta. Quanto mais prolongado o tempo de isolamento, mais os vínculos vão se desfazendo. É importante que ocorra uma busca ativa, para garantir que aluno não evada da escola”, disse.

Aos 18 anos, a estudante Stephane Ingrid Souza não conseguiu manter o vínculo com a Escola Estadual Princesa Isabel, no bairro Aparecida, onde estuda. Ela começou este ano na expectativa de concluir o ensino médio e fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para ingressar no curso de engenharia civil. Mas, com a chegada da pandemia, a condição econômica da família se agravou e ela precisou deixar o sonho de disputar uma vaga na universidade para trabalhar.

“Não tenho internet muito boa. De vez em quando, tenho que pegar emprestado. Como trabalho, não consigo assistir o tempo todo às aulas. O que consigo é fazer os exercícios da apostila no horário em que a loja está fazia. É complicado, mas a gente tem que ir adaptando”, disse.
Apesar de a Secretaria de Estado de Educação ter criado um programa de busca ativa por estudantes como Stephane, 36% das escolas públicas mineiras revelaram no levantamento do TCE que não têm estratégias para evitar o abandono aos estudos.

Em nota, a Secretaria de Estado de Educação informou que a volta às aulas presenciais não será obrigatória. Os alunos que não se sentirem seguros poderão contar com o Programa de Ensino Tutorado, que já vinha sendo realizado desde o início da pandemia.

"O Regime de Estudo não Presencial foi pensado de forma a possibilitar a manutenção da relação com a escola, de maneira que os estudantes não perdessem o contato com a atividade escolar, evitando, assim, que venham a abandonar os estudos. A partir do acompanhamento escolar do aluno feito pelas equipes gestoras e pedagógicas, as escolas estão desenvolvendo ações direcionadas, como a de Busca Ativa dos estudantes que, por algum motivo, deixam de participar ativamente das atividades remotas", completou a nota.

Como funciona a autorização conforme o Minas Consciente 

A autorização final para a reabertura ou não das escolas cabe aos municípios. As regras definidas pelo governo do estado são apenas para embasar as decisões de prefeitos de cidades que aderiram ao programa de flexibilização estadual, Minas Consciente. 

As definições são as seguintes: 

Municípios que estão na onda vermelha – só podem funcionar instituições de ensino de saúde: Autorização para funcionamento das aulas práticas de saúde com atendimento à população; 

Municípios que estão na onda amarela – autorização para funcionamento da graduação, pós-graduação e outras atividades de ensino; 

Municípios que estão na onda verde –autorização para funcionamento dos anos infantil, fundamental e médio.


Publicidade


MINAS SE PREPARA PARA VOLTA DAS ESCOLAS DA REDE ESTADUAL PREVISTA PARA O DIA 19 DESTE MÊS



A partir desta segunda-feira (05/10), as escolas particulares e municipais que estão em cidades da onda verde, do programa estadual Minas Consciente, vão poder retomar as aulas presenciais, caso isso tenha sido autorizado pelas prefeituras. Mas as escolas estaduais só voltam a partir do dia 19, depois de avaliação diagnóstica do aprendizado adquirido pelos alunos durante a pandemia. O diagnóstico deve ser realizado pelo aluno também a partir desta segunda, no site da Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE-MG).

A avaliação será aplicada aos estudantes do 2º ano do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio e não vale nota. O objetivo é identificar as dificuldades e o conteúdo assimilado por cada um durante as aulas remotas oferecidas por programa de TV e por apostilas, distribuídas pelas escolas. Para estudantes que não têm internet, as escolas fornecerão a avaliação impressa. A partir dos resultados, cada estudante terá acesso a um Plano Individual de Estudos.

A diferença de níveis de aprendizado entre os alunos é um dos principais problemas já apontados pelo levantamento “A Educação Não Pode Esperar”, feito pelo Tribunal de Contas do estado de Minas Gerais, em parceria com o Instituto Rui Barbosa.

Mesmo assim, o levantamento mostrou que 45% das instituições de ensino não vão revisar conteúdo ministrado durante a pandemia. A pedagoga, advogada e coordenadora da Escola de Contas do TCE, Naila Mourthé, acredita que isso pode distanciar ainda mais o aluno das salas de aula.

“A preocupação com evasão escolar é o que mais assusta. Quanto mais prolongado o tempo de isolamento, mais os vínculos vão se desfazendo. É importante que ocorra uma busca ativa, para garantir que aluno não evada da escola”, disse.

Aos 18 anos, a estudante Stephane Ingrid Souza não conseguiu manter o vínculo com a Escola Estadual Princesa Isabel, no bairro Aparecida, onde estuda. Ela começou este ano na expectativa de concluir o ensino médio e fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para ingressar no curso de engenharia civil. Mas, com a chegada da pandemia, a condição econômica da família se agravou e ela precisou deixar o sonho de disputar uma vaga na universidade para trabalhar.

“Não tenho internet muito boa. De vez em quando, tenho que pegar emprestado. Como trabalho, não consigo assistir o tempo todo às aulas. O que consigo é fazer os exercícios da apostila no horário em que a loja está fazia. É complicado, mas a gente tem que ir adaptando”, disse.
Apesar de a Secretaria de Estado de Educação ter criado um programa de busca ativa por estudantes como Stephane, 36% das escolas públicas mineiras revelaram no levantamento do TCE que não têm estratégias para evitar o abandono aos estudos.

Em nota, a Secretaria de Estado de Educação informou que a volta às aulas presenciais não será obrigatória. Os alunos que não se sentirem seguros poderão contar com o Programa de Ensino Tutorado, que já vinha sendo realizado desde o início da pandemia.

"O Regime de Estudo não Presencial foi pensado de forma a possibilitar a manutenção da relação com a escola, de maneira que os estudantes não perdessem o contato com a atividade escolar, evitando, assim, que venham a abandonar os estudos. A partir do acompanhamento escolar do aluno feito pelas equipes gestoras e pedagógicas, as escolas estão desenvolvendo ações direcionadas, como a de Busca Ativa dos estudantes que, por algum motivo, deixam de participar ativamente das atividades remotas", completou a nota.

Como funciona a autorização conforme o Minas Consciente 

A autorização final para a reabertura ou não das escolas cabe aos municípios. As regras definidas pelo governo do estado são apenas para embasar as decisões de prefeitos de cidades que aderiram ao programa de flexibilização estadual, Minas Consciente. 

As definições são as seguintes: 

Municípios que estão na onda vermelha – só podem funcionar instituições de ensino de saúde: Autorização para funcionamento das aulas práticas de saúde com atendimento à população; 

Municípios que estão na onda amarela – autorização para funcionamento da graduação, pós-graduação e outras atividades de ensino; 

Municípios que estão na onda verde –autorização para funcionamento dos anos infantil, fundamental e médio.


Publicidade