O Ministério da Cidadania, divulgou no dia 31 de outubro
último, através do Diário Oficial da União, os 250 vencedores do Prêmio
Culturas Populares 2019 – Edição Teixeirinha. Foram premiados 150 Mestres e
Mestras de todas as cinco regiões brasileiras, além de 100 grupos e
associações, pessoas jurídicas, sendo duas delas da cota de acessibilidade.
O Secretário da Diversidade Cultural, Gustavo Amaral,
destacou a valorização das mais diversas culturas das cinco regiões do Brasil
por meio do prêmio. “Esta atividade busca reconhecer a atuação exemplar de
mestres e mestras e entidades culturais de todas as regiões do País. A ação é
tão significativa que tem o poder de fortalecer estas expressões, ao mesmo
tempo em que reconhece e valoriza as atividades culturais realizadas por todos
os fazedores de cultura de nossa nação. ”
Para a Diretora de Cultura de São Lourenço, Paula Alves
Netto, que foi a responsável pelas inscrições premiadas, diz que, “nossa cidade
conquistou duas premiações em um concurso de prospecção nacional que tem como
objetivo incentivar e preservar as expressões culturais populares e seus
mestres.
Como Mestre da nossa cultura foi contemplado o Maestro José Henrique
Martins (Don Zeca), e como organização da sociedade civil, foi contemplada a
Sociedade Musical Antônio de Lorenzo, Patrimônio Imaterial de nossa São
Lourenço. Fico emocionada e feliz em ver ambos os trabalhos que são desenvolvidos
com entrega, compromisso de uma vida e de enorme relevância e contribuição
sociocultural serem reconhecidos em sua importância e tradição.
Maestro José Henrique Martins agora é "Mestre" da nossa cultura / Fotos: Redes Sociais |
Soc.Musical Antônio de Lorenzo premiada no quesito "Organização Civil" |
O homenagiado
O secretário da Diversidade Cultural da Secretaria Especial da Cultura, Gustavo Amaral, cita o artista como um “mestre da cultura consagrado”. “Teixeirinha inegavelmente representa a identidade cultural e a tradição do povo do Rio Grande do Sul. É um mestre da cultura consagrado, cantor, ator e compositor. Seu disco Coração de Luto vendeu mais de um milhão de cópias em todo o Brasil em uma época que não havia internet, nem qualquer outro meio de disseminação rápida das manifestações culturais e mesmo assim ele fez história e continua fazendo.
Deixou um grande legado para a música popular de raiz, que é justamente a categoria musical que as nossas políticas de apoio à cultura procuram abranger”, destaca. Já o secretário especial da Cultura lembra que, além do primor artístico, Teixeirinha se posicionou como um grande empreendedor. “Ele foi um cineasta exitoso, dirigia, montava elenco, empregou técnicos e conseguia com seus filmes circular em todos os países de língua portuguesa. E com sua música também.
O cantor e compositor Chico César, por exemplo, conhece todas as músicas do Teixeirinha, porque vendiam muito na loja de discos em que ele trabalhava. Já conheci africanos que cantavam as músicas do Teixeirinha porque o cantor vendia muito em Angola e Cabo Verde”, conta Pires. Para Márcia Teixeira dos Santos, filha de Teixeirinha, a homenagem é um merecido reconhecimento à obra do pai. “Esta homenagem mostra a importância que o trabalho do meu pai teve. Ele era um artista popular, ele cantava a história de vida do povo.
As músicas dele relatavam a realidade do povo. Ele dizia que a música dele tinha cabeça, barriga e perna, ela era completa e, por isso, eu acredito que ele atingiu um número tão grande de pessoas”, conta. Além de Márcia, o mestre teve outros oito filhos com Zoraida Lima Teixeira, com quem se casou em 1957. Depois de passarem por Passo Fundo, se mudaram para o bairro da Glória, em Porto Alegre, onde viveram juntos até a morte do cantor.
Natural de Rolante (RS), Teixeirinha nasceu em 1927. Ficou órfão aos nove anos e foi morar com parentes que não tinham condições de sustentá-lo. Para sobreviver, fez um pouco de tudo antes de se revelar grande artista: carregou malas em portas de pensões, entregou marmitas e vendeu jornais e doces como ambulante.
Da Redação do Popular.net
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