Com o lixão de São Lourenço interditado por conta do impacto ambiental causado pelo chorume que inevitavelmente estava adentrando as águas do Rio Verde e seguindo rumo a cidades como Soledade de Minas, Três Corações e até mesmo Varginha, dentre outro fatores, a solução encontrada pelo SAAE (Serviço Autônomo de Água e Esgoto) foi tomar todas as medidas legais para de alguma forma tentar sanar o problema do lixo produzido pela estância hidromineral.
Para isso, foi instaruada na cidade a coleta seletiva, que em parceria com uma cooperativa de reciclagem: a Coopreci, que vem recolhendo parte do lixo reciclavel, como alumínio, plásticos e papelão nos bairros da cidade. Em 02 meses, a captação dos mesmos pela cooperativa saltou de 300 kg para 4 mil kg por dia, mérito também dos cidadãos da cidade, que à partir de agora devem separar o os materias que podem ser reciclados do chamado "lixo orgânico" (restos de comida e afins). Mas o que fazer com o lixo não aproveitado pela coleta seletiva?
A solução encontrada pela autarquia não agradou alguns moradores da cidade, principalmente dos bairros Cortume, Resiencial Carioca, Carioca e Ramon. Com o lixão interditado e a grande demanda de lixo produzido na cidade o SAAE decidiu armazenar diariamente o lixo em caçambas e despacha-los para um aterro sanitário no município de Nepomuceno-MG. Para isso a autarquia utilizou o terreno destinado a já famigerada estação de tratamento de esgoto (ETE), que esta envolta em um grande esquema de abandono e superfaturamento, caso que corre no MP, e está construindo no local uma "Estação de Transbordo", projeto que pela lei deve funcionar da seguinte forma: O Lixo sai de um caminhão e vai para o outro, ou no caso, para a caçamaba e até aí está tudo certo.
Estação de Tranbordo e casas ao fundo / Fotos: Leitor Repórter |
Embora galgados na legalidade e licenciados para darem este destino ao lixo, o que vem intrigado o moradores é o fato de tudo esta sendo feito no perímetro urbano de São Lourenço, ou seja dentro da cidade. A começar pelo local do pátio de transbordo também ser bem próximo ao Rio Verde e também de residências, que já começam a relatar o aumento de moscas, mau cheiro e da população de urubus na região. Outro temor relatado a reportagem do Popular.net é que em ter um pátio de transbordo por perto, pode vir a desvalorizar os imóveis e atrapalhar outras empresas.
Lixo lançado no chão atraindo moscas e urubus / Fotos: Leitor Repórter |
Foto mostra limite da ETE junto ao Rio Verde / Fotos: Leitor Repórter |
Já para a grande parte da população o questionamento seriam os gastos gerados ao município com a logística para levar todo esse lixo diariamente para Nepomuceno, que fica a 178 Km de São Lourenço. Estes números não foram divulgados pelo SAAE.
Em nota, a autaquia disse ser um avanço para a Cidade de São Lourenço não possuir mais um lixão e enfatizou que a todo lixo produzido na cidade não ficará mais por aqui, reduzindo danos ambientais e ajudando na preservação do meio ambiente, principalmente na despoluição do Rio Verde. Veja abaixo na íntegra o comunicado oficial do SAAE:
Comunicado SAAE sobre a Estação de Transbordo
Informamos à população de São Lourenço que o destino final dos resíduos sólidos urbanos coletados no município vem sendo transportado para o aterro sanitário da CTR, em Nepomuceno, desde o dia 02/08/2019. Tal operação tem por objetivo encerrar o lixão, onde tais resíduos vêm sendo depositados de forma irregular há décadas, nas margens do Rio Verde
Essa operação também permitiu encerrar o contrato com a empresa prestadora de serviço de manutenção do lixão e, portanto, foi tomada uma medida emergencial para realizar a operação de transferência para as caçambas da carreta que realiza o transporte em terreno contíguo ao da Estação de Tratamento de Esgoto.
Enquanto o SAAE está construindo a estação de transbordo definitiva, os resíduos estão sendo colocado em um piso concretado, sem contato direto com o solo, e imediatamente transferidos para as caçambas por pá carregadeira.
No máximo em 15 dias a estação de transbordo estará concluída e essa operação emergencial será encerrada, sendo que o caminhão da coleta irá bascular direto na caçamba.
Todo esse esforço busca cumprir a lei, proteger o meio ambiente e garantir um futuro sustentável para nossa região.
Aproveitamos para agradecer a Coopreci que vem trabalhando arduamente para aumentar a coleta de recicláveis a cada dia, reduzindo os resíduos a serem destinados ao aterro sanitário e os custos operacionais com o mesmo.
Convidamos também a população a aderir à separação dos recicláveis cada vez mais, pois, em 02 meses, a captação dos mesmos pela cooperativa saltou de 300 kg para 4 mil kg por dia.
Att,
Equipe SAAE
Da Redação do Popular.net
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