A Justiça de Minas Gerais condenou o vereador Marco Antônio de Souza (PRB), de Varginha, pelas agressões feitas a uma equipe de jornalistas da EPTV em agosto de 2017. O vereador foi condenado em duas ações, uma proposta pelo Ministério Público e outra movida na esfera civil por uma das vítimas, a jornalista Andréia Marques.

No processo movido pelo Ministério Público, Marquinho da Cooperativa, como é conhecido o vereador, foi condenado a fazer doação em dinheiro para uma entidade filantrópica. O vereador também terá que comparecer todo mês na Justiça para informar e justificar suas atividades. Segundo a decisão, o vereador está proibido de sair da cidade por mais de dez dias sem autorização judicial. Ele também não pode frequentar locais onde há incidência de crimes.


Em outra a ação, o vereador foi condenado a indenizar a jornalista Andréia Marques por danos morais. Na sentença, o juiz Morvan Rabêlo de Rezende ressaltou a conduta culposa do vereador que ameaçou a jornalista.
“Este juízo reproduziu a integra da gravação do CD e verificou que, por diversas vezes, o réu ao falar com a autora dirigiu-se à mesma com tom de ameaça, inclusive em dado momento da gravação disse já ter matado três por ali, bem como determinou que fossem chamadas para a discussão as catadoras que estavam trabalhando, sob alegação de que por serem mulheres podiam conversar com a autora, caracterizando coação por parte do réu”, escreveu o juiz na sentença.
O caso

A agressão aconteceu em agosto do ano passado. A repórter Andréia Marques e o cinegrafista Tarciso Silva faziam uma reportagem sobre o novo aterro sanitário da Copasa em Varginha, Sul de Minas, quando foram abordados pelo vereador Marco Antônio. O vereador impediu o trabalho da equipe de TV no centro de triagem, antigo lixão da cidade, ameaçou a repórter e agrediu o cinegrafista.

A agressão foi documentada em vídeo levado ao ar pela emissora e que pode ser visto clicando ou tocando AQUI.

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Durante o fato, o vereador indagou agressivamente à jornalista: “Você sabe com quem está falando? Aqui, nós já matou uns três”. “Eu sou homem, tem mulher pra conversar com você”, continuou, insinuando que as mulheres presentes ali se encarregariam de bater na repórter.

Em seguida, o vereador avançou sobre o cinegrafista e derrubou também o tripé da câmara. As imagens e os sons continuaram sendo gravados. Diante da advertência do cinegrafista de que o equipamento poderia estragar e custava caro, o vereador respondeu que não tinha importância: “A Câmara paga”, disse. O vereador incitou os catadores a agredir a equipe de reportagem, mas felizmente não teve sucesso.

O Sindicato divulgou nota de repúdio na qual pediu às autoridades que tomassem providências. Considerou inaceitável que um bandido travestido de parlamentar, com passagens pela polícia, usasse seu mandato para agredir jornalistas. “O comportamento do vereador Maquinho da Cooperativa (PRB) é um ataque ao livre exercício profissional dos jornalistas e uma afronta ao direito da sociedade ser informada”, afirmou a nota.

Colegas de profissão, telespectadores e moradores de Varginha também manifestaram solidariedade aos jornalistas agredidos.

Lamentavelmente, alguns dias depois, a Câmara dos Vereadores de Varginha, que abriu sindicância sobre o caso, concluiu não ser possível afirmar se houve quebra de decoro parlamentar do vereador e encerrou a investigação sem sequer ouvir as vítimas. O comportamento do legislativo municipal foi considerado pelo Sindicato, em nova nota, um incentivo à impunidade.

A ação do poder judiciário, felizmente, foi diferente. A condenação do vereador Marquinho da Cooperativa nos dois processos é um alento para todos os jornalistas e uma afirmação da liberdade de imprensa nesses tempos sombrios.

Com informações do SJPMG

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VEREADOR DE VARGINHA É CONDENADO POR AGREDIR JORNALISTAS E TERÁ QUE PAGAR INDENIZAÇÃO


A Justiça de Minas Gerais condenou o vereador Marco Antônio de Souza (PRB), de Varginha, pelas agressões feitas a uma equipe de jornalistas da EPTV em agosto de 2017. O vereador foi condenado em duas ações, uma proposta pelo Ministério Público e outra movida na esfera civil por uma das vítimas, a jornalista Andréia Marques.

No processo movido pelo Ministério Público, Marquinho da Cooperativa, como é conhecido o vereador, foi condenado a fazer doação em dinheiro para uma entidade filantrópica. O vereador também terá que comparecer todo mês na Justiça para informar e justificar suas atividades. Segundo a decisão, o vereador está proibido de sair da cidade por mais de dez dias sem autorização judicial. Ele também não pode frequentar locais onde há incidência de crimes.


Em outra a ação, o vereador foi condenado a indenizar a jornalista Andréia Marques por danos morais. Na sentença, o juiz Morvan Rabêlo de Rezende ressaltou a conduta culposa do vereador que ameaçou a jornalista.
“Este juízo reproduziu a integra da gravação do CD e verificou que, por diversas vezes, o réu ao falar com a autora dirigiu-se à mesma com tom de ameaça, inclusive em dado momento da gravação disse já ter matado três por ali, bem como determinou que fossem chamadas para a discussão as catadoras que estavam trabalhando, sob alegação de que por serem mulheres podiam conversar com a autora, caracterizando coação por parte do réu”, escreveu o juiz na sentença.
O caso

A agressão aconteceu em agosto do ano passado. A repórter Andréia Marques e o cinegrafista Tarciso Silva faziam uma reportagem sobre o novo aterro sanitário da Copasa em Varginha, Sul de Minas, quando foram abordados pelo vereador Marco Antônio. O vereador impediu o trabalho da equipe de TV no centro de triagem, antigo lixão da cidade, ameaçou a repórter e agrediu o cinegrafista.

A agressão foi documentada em vídeo levado ao ar pela emissora e que pode ser visto clicando ou tocando AQUI.

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Durante o fato, o vereador indagou agressivamente à jornalista: “Você sabe com quem está falando? Aqui, nós já matou uns três”. “Eu sou homem, tem mulher pra conversar com você”, continuou, insinuando que as mulheres presentes ali se encarregariam de bater na repórter.

Em seguida, o vereador avançou sobre o cinegrafista e derrubou também o tripé da câmara. As imagens e os sons continuaram sendo gravados. Diante da advertência do cinegrafista de que o equipamento poderia estragar e custava caro, o vereador respondeu que não tinha importância: “A Câmara paga”, disse. O vereador incitou os catadores a agredir a equipe de reportagem, mas felizmente não teve sucesso.

O Sindicato divulgou nota de repúdio na qual pediu às autoridades que tomassem providências. Considerou inaceitável que um bandido travestido de parlamentar, com passagens pela polícia, usasse seu mandato para agredir jornalistas. “O comportamento do vereador Maquinho da Cooperativa (PRB) é um ataque ao livre exercício profissional dos jornalistas e uma afronta ao direito da sociedade ser informada”, afirmou a nota.

Colegas de profissão, telespectadores e moradores de Varginha também manifestaram solidariedade aos jornalistas agredidos.

Lamentavelmente, alguns dias depois, a Câmara dos Vereadores de Varginha, que abriu sindicância sobre o caso, concluiu não ser possível afirmar se houve quebra de decoro parlamentar do vereador e encerrou a investigação sem sequer ouvir as vítimas. O comportamento do legislativo municipal foi considerado pelo Sindicato, em nova nota, um incentivo à impunidade.

A ação do poder judiciário, felizmente, foi diferente. A condenação do vereador Marquinho da Cooperativa nos dois processos é um alento para todos os jornalistas e uma afirmação da liberdade de imprensa nesses tempos sombrios.

Com informações do SJPMG

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