Uma das mais conceituadas indústrias de café do mundo, a alemã Tchibo informou que será o primeiro comprador internacional de cafés arábica com o selo Certifica Minas Café, criado pelo Governo de Minas e coordenado pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). Sediada na cidade de Hamburgo, a empresa diz, em nota, que está realizando as primeiras aquisições do produto das lavouras certificadas do Estado, e declara seu apoio à “iniciativa do governo mineiro, representada por um sistema de certificação próprio para propriedades sustentáveis de produção de café”.
No primeiro lote de café com o selo do Certifica Minas, estão sendo vendidas à Tchibo 50 mil sacas de 60 quilos, por intermédio da Exportadora de Guaxupé. Para o café exportado contando com o diferencial do selo de certificação de propriedade, houve um bônus (premiação) por saca sobre o preço de mercado.
De acordo com Jan Wagenfeld, diretor da Tchibo Café, “como Minas Gerais tem a maior área de cultivo do Brasil para o café arábica, o modelo de certificação de propriedades cafeeiras utilizado em Minas poderá ser um grande passo da produção convencional para a produção sustentável no Brasil”.
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Ele ressalta o fato de o Certifica Minas Café ser “um dos primeiros programas do gênero no mundo realizado por um governo regional em um país produtor de café”. Graças a esta iniciativa, acrescenta o diretor, “cerca de mil produtores de café têm atualmente acesso à formação em boas práticas agrícolas, com a consideração simultânea de aspectos sociais e ambientais e existe um potencial para incluir muito mais agricultores”. Wagenfeld considera que o reconhecimento internacional ao programa mostra a importância do esforço para melhorar a sustentabilidade da cafeicultura brasileira.
Criada em 1949, a Tchibo adquiriu o café com o selo criado pelo Governo de Minas visando fortalecer o fornecimento aos seus clientes do mercado mundial um café de qualidade superior. O diretor disse ainda que a qualidade e sustentabilidade são fatores indissociáveis. “Agradecemos ao governo mineiro, que começou a contribuir diretamente para uma mudança sustentável do setor cafeeiro com o desenvolvimento e implementação do seu Certifica Minas Café”, concluiu Wagenfeld.
Nos oito países onde atua, a Tchibo opera mais de mil lojas, sendo também uma das principais empresas de comércio eletrônico na Europa. O número de funcionários ultrapassa 12 mil em todo o mundo e sua receita alcançou 3,6 mil milhões de euros em 2012. A nota divulgada pela empresa acrescenta que a indústria lidera o mercado de café torrado na Alemanha, Áustria, República Checa, Alemanha e Polônia. Além disso, informa que as políticas de negócios sustentáveis garantiram à Tchibo várias distinções, incluindo o Prêmio de Ética Corporativa e Prêmio Ambiental Logística em 2012.
Reconhecimento mundial
O secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Elmiro Nascimento, considera que o início das exportações do café com o selo de certificação das propriedades, principalmente tendo como comprador uma das maiores empresas de comercialização de café do mundo, é uma excelente demonstração do reconhecimento do trabalho para garantir a oferta de produção sustentável nas propriedades mineiras. “Por meio dos negócios com a Tchibo, o produto com o selo do Certifica Minas Café é colocado nos mais importantes mercados do mundo em condição de igualdade com o produto de outras renomadas certificações internacionais”, ressaltou.
Nascimento prevê o aumento do interesse dos produtores em participar do Certifica Minas Café. Ele acrescenta que a decisão da Tchibo em adquirir o café das propriedades certificadas do Estado serve de sinalização ao mercado internacional de que o programa corresponde à proposta de fazer adaptações nas propriedades de forma a torná-las sustentáveis nos aspectos econômico, social e ambiental.
Segundo o assessor especial de Café da Secretaria da Agricultura, Niwton Castro Moraes, o programa Certifica Minas Café é executado pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-MG) e o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), vinculados à Seapa. “Busca principalmente melhorar a gestão das propriedades e criar condições para a maior aceitação do produto das lavouras de Minas no mercado externo. Há 1.643 propriedades certificadas e a perspectiva de um registro de 1.750 neste ano”, informa.
Na base do programa, existe um código de conduta para o cumprimento das boas práticas agrícolas. Para conseguir a certificação da propriedade é necessário o atendimento a 95 itens, entre estes 37 relativos a ações voltadas à preservação ambiental e 26 especificamente sobre produção e conservação dos recursos hídricos nas propriedades.
Semana Internacional do Café
Moraes ressaltou ainda que o início das vendas do café com o selo do Certifica Minas no exterior coincide com os preparativos para a realização, em Belo Horizonte, da Semana Internacional do Café (de 9 a 13 de setembro), que incluirá a reunião de 50 anos da Organização Internacional do Café (OIC) e a 8ª edição do Espaço Café Brasil, a maior feira do setor na América Latina.
A Semana é promovida pelo Governo de Minas, por meio da Seapa, em parceria com a Organização Internacional do Café, Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg), principal entidade do agronegócio mineiro, Sebrae, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Ministério das Relações Exteriores (MRE) e Café Editora, promotora do 8º Espaço Café Brasil.
Com informações da Agência Minas