A rotina dos moradores de Passa Quatro (MG) mudou nesta semana com as gravações de uma grande produção do cinema nacional na cidade. O filme “Luiz Gonzaga, de Pai para Filho”, dirigido pelo diretor Breno Silveira, conta a história do cantor e compositor Luiz Gonzaga, o Rei do Baião. A previsão é de que o filme possa estrear em outubro.
No filme, Gonzaga é interpretado pelos atores Land Vieira, Nivaldo de Carvalho (Chambinho) e Adelio Lima em diferentes fases da vida. Gonzaguinha, filho do cantor, é interpretado pelos atores Alisson Santos, Juliano Andrade e Jean Carlos de Tommasio.
É a primeira vez que um filme é rodado em Passa Quatro, que já foi cenário de várias produções da Rede Globo, como as minisséries Mad Maria e JK. Para o filme, foram gravadas na cidade cenas onde soldados embarcam para São Paulo para lutarem uma das batalhas da Revolução de 32. Cerca de 110 moradores participaram das gravações como figurantes.
Segundo o diretor Breno Silveira, que também dirigiu o filme "Dois filhos de Francisco", uma das coisas que chamou a atenção da produção para a cidade de Passa Quatro foi a Maria Fumaça, fabricada em 1925, e que funciona até hoje. "Gonzaga, acho que ninguém sabe, durante oito anos serviu o Exército em Minas e ele saiu para várias revoluções em uma Maria Fumaça igual a esta. Então Passa Quatro juntou Minas e a Maria Fumaça, ou seja, tudo o que a gente precisava", conta ele.
As filmagens do longa-metragem começaram em 11 de dezembro. Além de Passa Quatro, também foram gravadas cenas em cidades da Bahia, Pernambuco, Ceará, Recife e Rio de Janeiro. Segundo Silveira, o longa não retrata apenas uma biografia do artista, mas sim a relação distante e por vezes difícil entre Luiz Gonzaga e o filho, o cantor Gonzaguinha.
"Aqui Gonzaguinha conta a história de Gonzagão, a história da vida dele, de como ele começou, da saída dele do Nordeste, dos amores que ele viveu, da chegada ao Rio de Janeiro, da vinda dele para Minas, conta essa bonita história de pai e filho e a história de um cara que saiu do nada e se tornou o Rei do Baião, o nosso primeiro grande artista pop", conta o diretor.
De acordo com Silveira, o projeto era antigo e ele chegou a desistir, até que recebeu uma caixa de fitas contendo entrevistas de Luiz Gonzaga e o filho. O conteúdo das fitas chamou a atenção dele porque era de cunho pessoal. Nas gravações, Gonzaguinha questionava quem era o próprio pai. "Nessas fitas Gonzaguinha entrevista o pai e elas me comoveram muito. Então eu estou pegando essas fitas e recriando tudo o que Gonzaga foi contando", completa.
O filme faz homenagem ao centenário de Luiz Gonzaga, que morreu em 1989 e que se estivesse vivo completaria 100 anos neste ano. Gonzaguinha morreu em 1991, aos 45 anos, em um acidente de carro.
Fonte: G1/SM