O analista ambiental de Varginha que estava como refém de uma tribo de índios, que fica na Aldeia Kururuzinho, em Alta Floresta, na divisa entre Mato Grosso e Pará, foi libertado na manhã deste domingo (24) junto com outros seis reféns. Segundo a Assessoria de Comunicação da Secretaria Geral da Presidência da República, um helicóptero do governo federal fez o resgate do grupo. Os reféns estavam isolados e foram pintados pelos índios, mas estavam bem de saúde. Não foi necessário levá-los para um hospital. Os reféns foram levados de helicóptero para Alta Floresta e de lá seguiriam de avião para Brasília (DF). Segundo familiares, o analista ambiental de Varginha, Marcos Conde, de 26 anos, já entrou em contato com a família e disse que está bem.
No sábado (22), as negociações, que estavam a cargo da Funai (Fundação Nacional do Ìndio) passou para a responsabilidade da Secretaria Geral da Presidência da República, após o fracaso na conversa com os índios. Uma comissão de negociação havia chegado no sábado (22) à aldeia. Segundo a assessoria da secretaria, os índios aceitaram libertar os reféns depois que o secretário nacional de Articulação Social, Paulo Maudos, acertou com os índios a continuidade do processo de demarcação das terras índigenas dentro da área em que será instalada a Usina de São Manoel.
Refém
O analista ambiental de Varginha estava como refém da tribo Kayabi desde a última segunda-feira (17). Marcos Conde, de 26 anos, é analista ambiental da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), do Governo Federal. Além dele, outros dois funcionários da EPE e quatro funcionários da Funai (Fundação Nacional do Ìndio) também estavam em poder da tribo.
Os funcionários da Funai e da EPE chegaram à aldeia na segunda-feira para fazer a apresentação de um estudo sobre os impactos da construção da Usina de São Manoel, mas quando tentaram deixar o local, foram impedidos. As negociações estavam sendo feitas diretamente pela presidência da Funai, em Brasília. O assessor de imprensa da Prefeitura de Jacareacanga (PA), Nonato Silva, esteve na aldeia com a permissão dos índios. Segundo ele, os reféns passavam bem e não foram agredidos.
Entre as reivindicações dos índios estavam a demissão do presidente da Funai e também do coordenador da Funai em Itaituba (PA), além da demarcação das terras das tribos Kayabi e Itapiaká. Outro pedido, que foi atendido, é a suspensão das audiências que tratam da construção da Usina de São Manoel, que fica próximo à aldeia.
Fonte: EPTV