A Hitachi, uma empresa multinacional japonesa, adquiriu mais de 50% da Linear, a mais antiga empresa do "Vale da Eletrônica", em Santa Rita do Sapucaí, no Sul de Minas. A empresa fabrica transmissores e componentes eletrônicos para a transmissão de sinal de TV. Esta é a primeira vez que uma empresa criada no Vale da Eletrônica terá participação de capital estrangeiro. Os valores envolvidos na operação não foram divulgados, mas especula-se que chegue a 13 milhões de dólares. A Hitachi Kokusai terá uma participação majoritária no negócio.
Atualmente, cerca de 15% da produção da empresa brasileira é exportada para países da América Latina, Estados Unidos e Filipinas. O objetivo é aumentar esse número para 70% com a nova parceria. Hoje a participação dela no mercado nacional é de 50% e a meta é também chegar a 70%. Com os novos investimentos, a Linear passará a produzir conversores e câmeras digitais. Em nota, a empresa japonesa informa que está de olho no mercado de TV digital, já que o Brasil adotou parte do sistema japonês e também nos novos negócios gerados pela proximidade da Copa do Mundo e das Olimpíadas, que vão acontecer no país.
A participação da empresa japonesa deve trazer intercâmbio de tecnologias e a contratação de mais funcionários, cujo número também não foi divulgado. O objetivo da empresa brasileira é aumentar a exportação e o da corporação japonesa é aumentar as vendas no mercado brasileiro. "Foi uma junção oportuna porque juntamos uma empresa do porte da Hitachi, conhecida mundialmente com a Linear, que detém a tecnologia e tem uma participação expressiva no mercado", diz o diretor presidente da Linear, José de Souza Lima.
Linear e Vale da Eletrônica
A Linear nasceu em 1977 por iniciativa de quatro sócios que se juntaram e deram início à empresa. Ela surgiu em um processo de incubação, dentro de uma sala da Escola Técnica de Eletrônica (ETE). A cada ano surgem novas empresas com novidades tecnológicas para o mercado dentro do Vale da Eletrônica. Nas duas incubadoras que atualmente existem na cidade, já foram formadas 79 empresas e outras 21 estão em processo de constituição. Segundo as incubadoras, a garantia de sucesso para quem monta seu negócio com o apoio das instituições de ensino da cidade chega a 90%.
Segundo o Sindicato do Vale da Eletrônica (Sindvel), hoje o Vale da Eletrônica possui 142 fábricas, que produzem mais de 13,7 mil produtos eletroeletrônicos e geram mais de 9,6 mil postos de trabalho.
Fonte: G1/MG