“Tô sofrendo por amor, bebi por sofrer de amor, errei ao pegar o carro e sair sem estar conciênte do que fazia, peço desculpa aos fãs e amigos!, escreveu Rangel, que canta junto com o sertanejo Ronny, no Facebook oficial da dupla. A mensagem foi postada na manhã desta sexta-feira (1º), um dia depois de o cantor ter sido detido pela Polícia Militar Rodoviária Estadual de São Paulo por suspeita de embriaguez ao volante no interior.
O texto da página de relacionamentos na internet foi confirmado pela assessoria de imprensa da dupla sertaneja como sendo mesmo de Rangel. A assessoria informou que após prestar esclarecimentos em delegacia de Campinas, o sertanejo foi liberado.
O texto da página de relacionamentos na internet foi confirmado pela assessoria de imprensa da dupla sertaneja como sendo mesmo de Rangel. A assessoria informou que após prestar esclarecimentos em delegacia de Campinas, o sertanejo foi liberado.
De acordo com a polícia, a prisão ocorreu após Rangel bater seu carro em um outro veículo na Rodovia dos Bandeirantes. Os policiais haviam dito que o cantor fugiu após a colisão, perto do município de Itupeva. A vítima afirmou ter perseguido o sertanejo pela estrada até ele parar próximo a Campinas. O artista teria guiado a uma velocidade de 160 km/h.
Cantor Sertanejo na Viatura da Polícia |
Discussão pelo telefone
De acordo com a assessora Mariana Madjarof, o cantor não quer falar com a imprensa sobre o assunto neste momento. Ela disse que ele pediu para informar aos jornalistas que na quarta (29) estava em São Paulo, quando discutiu com a sua noiva, que mora em Piracicaba, por telefone. Após isso, ficou chateado, bebeu e saiu da capital em direção à cidade da namorada.
“Como Rangel toma remédios para um tratamento de garganta, o efeito do álcool na bebida foi potencializado pelos medicamentos e ocorreu esse acidente”, disse Mariana. “Ele não é de beber. Só bebe socialmente e está envergonhado, arrependido. Ele está agora na casa da noiva em Piracicaba. Tanto que pede desculpas aos fãs”.
O produtor da dupla, Allyson Kleber, afirmou que a agenda de shows de Ronny e Rangel continua. "Só foi cancelado um evento fechado que iria ocorrer na noite desta sexta na capital porque Rangel ainda está um pouco abalado com o que ocorreu", disse Kleber.
No site oficial da dupla na internet, um dos sucessos é a música 'Minha mulher não manda em mim', que trata de um homem que quer sair com os amigos para beber e se divertir com outras garotas sem se importar com a sua mulher.
"Isso não tem relação com o Rangel. É só uma música. Ele não é alcoólatra. Isso pode acontecer com qualquer um que se chateia por alguma coisa. Infelizmente ocorreu com ele”, disse Kleber.
Vodca e remédios
Na quinta-feira (30), a polícia encontrou uma garrafa de vodca vazia e remédios no carro de Rangel. O cantor chegou deitado no carro da Polícia Rodoviária, que o levou até um distrito policial de Campinas. Como não conseguia se levantar sozinho, ele teve de ser carregado para prestar depoimento, já que não tinha condições de ficar em pé.
Segundo a Polícia Civil, o sertanejo confessou ter bebido vodca e cerveja numa festa na capital paulista, mas não quis fazer o teste do bafômetro, para aferir a dosagem alcoólica em seu organismo.
Por esse motivo, Rangel foi levado para exame clínico no Instituto Médico-Legal (IML). Os exames vão atestar se ele estava embriagado ou não. Caso os testes confirmem o consumo de álcool, ele poderá ser indiciado e processado por dirigir bêbado. Corre o risco de perder a habilitação de motorista e ainda ter que cumprir uma pena de seis meses a três anos.
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Rangel se diz "Envergonhado". |
“Ele não pediu desculpas para mim. Quero que ele peça desculpas para mim também, e não somente para os fãs dele." A afirmação é do motorista Ugo Santoro, vítima de um acidente automobilístico provocado por Rangel, da dupla sertaneja Ronny e Rangel, na quinta-feira (30).
O homem conta ter visto pelo retrovisor o veículo Fox do cantor bater na traseira do carro que ele guiava, uma Fiorino que estava parada antes da cancela do posto de pedágio da Rodovia dos Bandeirantes, em Itupeva, interior de São Paulo, no sentido Campinas.
“Deu pane na cancela do Sem Parar. Ela não abriu quando eu me aproximei e parei. Quando vi, um funcionário do pedágio pôs a mão na cabeça. Olhei pelo retrovisor e vi aquele carro amarelo crescer e bater na minha traseira. Ele devia estar a uns 100 km/h. Mas a velocidade permitida naquele trecho é de 40km/h. Com o impacto, o automóvel onde eu estava foi lançado para frente e arrebentou a cancela. Enquanto eu estava meio atordoado e anestesiado, o carro amarelo não parou para saber como eu estava e fugiu”, relata Santoro, de 30 anos, em entrevista.
A assessoria de imprensa do cantor Rangel informou que ele não parou no pedágio e atingiu a traseira da Fiorino porque não tinha discernimento, não sabia o que estava fazendo já que estava bêbado. A assessoria ressaltou o que o artista já havia dito em entrevista: que estava arrependido e ciente dos erros que cometeu.
Santoro afirma que só começou a perseguir o Fox conduzido pelo sertanejo Rangel porque os policiais militares rodoviários que estavam próximos ao pedágio no momento do acidente não fizeram nada. “Como não vi movimentação dos policiais, pensei que eu ficar no prejuízo. Eu precisava fazer o motorista do carro amarelo pagar o conserto, até porque a Fiorino não é minha. É do meu trabalho. Eu faço entregas de peixes. Como eu não havia anotado a placa dele decidi segui-lo.”
Para conseguir ficar no encalço do Fox, Santoro afirma que foi preciso acelerar também. “Eu cheguei a 160 km/h, mas mesmo assim não alcançava o veículo da frente, que devia estar a uns 180 km/h. Para perseguir ele cometi os mesmos erros dele. Mas não bati em ninguém.”
Durante a perseguição, ele afirma que se “enraiveceu” com o motorista do Fox. “Eu nem sabia quem era o condutor. Só sabia que ele me ‘enraiveceu’. Queria saber por que ele estava fugindo”, conta o motorista da Fiorino.
Santoro diz ter ligado para o telefone 190 da Polícia Militar relatando o que estava havendo. “Disse qual era a placa do Fox. Um atendente falou para mim que avisaria a Polícia Militar Rodoviária Estadual. Depois, outro policial disse para eu parar a perseguição e registrar um boletim de ocorrência na Polícia Civil.” O motorista, no entanto, não obedeceu à orientação do policial militar do Centro de Operações da PM e continuou a perseguição até uma estrada em Campinas, próxima ao aeroporto da cidade.
“Quando o policial falou ao telefone que nenhuma viatura iria perseguir o carro, aí que continuei até onde dava. Foram 35 km de perseguição. O carro dele começou a falhar e parou. Parei também, desci e vi um carro da Polícia Rodoviária se aproximar. Acenei, ele parou e dois policiais foram até o Fox, onde encontraram o motorista completamente bêbado”, diz Santoro.
No Fox de Marcos Roberto da Costa, de 33 anos, que usa o nome artístico de Rangel, a polícia encontrou uma garrafa de vodca vazia e remédios. Detido e levado para uma delegacia de Campinas, o sertanejo confessou ter bebido vodca e cerveja em uma festa na capital paulista, mas não quis fazer o teste do bafômetro para atestar a dosagem alcoólica em seu organismo.
Encaminhado ao Instituto Médico-Legal (IML), Rangel também se recusou a fornecer amostra de sangue para análise. O exame para saber se ele consumiu álcool foi feito visualmente por um médico. Caso o resultado do teste aponte que ele bebeu, o cantor poderá ser indiciado pela Polícia Civil por embriaguez ao volante, acidente de trânsito e fuga do local da colisão.
Após prestar depoimento na delegacia, Rangel acabou liberado ainda na noite de quinta. Ele deve responder em liberdade. Apesar disso, corre o risco de perder a habilitação de motorista e ainda ter que cumprir uma pena de seis meses a três anos.
“Não me feri gravemente. Foi mais o susto da batida e alguma escoriação. Mas ele podia ter me matado como matado outras pessoas no caminho. Tenho quatro filhos para criar. Muita gente pensaria nos filhos e desistiria da perseguição, mas na hora pensei que meus filhos poderiam estar dentro do carro onde eu estava também”, diz Santoro, que é casado e mora em Campinas.
De acordo com o motorista da Fiorino, os advogados e familiares do cantor foram prestativos com ele e até se desculparam pelo ocorrido na delegacia. Mas apesar de terem dito que pagarão o conserto do veículo, ele afirma que não gostou do que viu durante a elaboração do boletim de ocorrência. “Só depois soube que se tratava de um cantor. Lá na delegacia, passaram a mão na cabeça dele e davam risada. Isso só o incentiva a fazer algo pior. Todo mundo o abraçava. Ninguém chamou atenção dele”, diz Santoro.
Na manhã desta sexta, Rangel postou no Facebook que tinha bebido por causa de uma briga com a noiva, que tem 32 anos e mora em Piracicaba, a 160 km de São Paulo. Na rede social, ele disse que estava sofrendo por amor e que errou ao pegar o carro e sair sem estar consciente do que fazia. Também se desculpou com os fãs da dupla pelo que fez.
Em entrevista durante a tarde, o cantor detalhou que bebia vodca com um grupo de amigos quando começou a discutir pelo celular com a noiva. Os dois desligaram o telefone e, ao tentar ligar para ela novamente, só dava caixa postal. Segundo ele, o medicamento que toma para um tratamento de refluxo e faringite potencializou os efeitos nocivos do álcool da bebida que tomou.
“Para você ver, na internet ele pediu desculpas para os fãs e na delegacia nem pediu desculpas para mim quando começou a ficar mais consciente e estava do meu lado. Não quero dinheiro, só quero um pedido de desculpas. Eu podia ter morrido no acidente”.
AutoBan
Questionada sobre o incidente, a AutoBan, concessionária que administra o sistema Anhanguera-Bandeirantes, nega a versão do motorista Santoro de que o serviço Sem Parar, que abre a cancela com a aproximação de um sensor, apresentou problemas. A empresa diz que o mais provável é que o sensor da Fiorino estivesse mal colocado e não tenha permitido a abertura da cancela.
Polícia
Também procurada, a Polícia Militar afirma, em nota, que não recomenda atitudes como a tomada pelo motorista. "Em atenção à solicitação sobre a ocorrência envolvendo o cantor Rangel, na Rodovia dos Bandeirantes, a Polícia Militar não recomenda, em hipótese alguma, a atitude do motorista que foi vítima do acidente de trânsito. Em casos desse tipo, anotar a placa do veículo, o local e o horário do acidente, além do arrolamento de possíveis testemunhas, são as providências suficientes para o registro da ocorrência e o acionamento jurídico para a reparação dos danos."
"A atitude descrita poderia ter resultado em acidente mais grave ou, ainda, desentendimentos que poderiam progredir para vias de fato. São comuns registros de lesão corporal e até de homicídio por problemas ligados a discussões de trânsito. Anotar as informações e procurar um posto da Polícia Militar é a atitude mais correta em qualquer ocasião", diz a nota.