Atenção Mulheres! Se vocês sofrem deste mal, prestem atenção nesta matéria. Certamente 5 a cada 10 de nós, se enquadra perfeitamente.
- Vou deitar quase meia-noite, exausta. É tanta pressão que o estresse me parece inevitável.
Renata é apenas mais uma das brasileiras que se revelam cada vez mais estressadas, segundo pesquisa da seguradora SulAmérica Saúde. O último levantamento mostra que o número de mulheres que sofrem com o estresse passou de 50,6%, em 2008, para 52,8% no ano seguinte. Isso significa que mais de 13 mil das 24.708 entrevistadas em 12 estados do Brasil, incluindo Minas, afirmaram viver uma rotina “apertada”, que acabou interferindo na saúde mental e física.
O acúmulo de funções, as cobranças e os desafios vividos pelas mulheres são apontados pelo professor de Psiquiatria da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), Maurício Viotti, como as principais causas dessa percentagem significativa. Viotti acrescenta que a mulher, além de lidar com as obrigações inerentes ao trabalho, muitas vezes ficam presas às responsabilidades do ambiente familiar.
- Elas têm que cuidar da casa, dos filhos e dos maridos. Sem falar na disputa profissional e cotidiana, que envolve o trânsito, as contas e frustrações. Isso ocasiona uma sobrecarga, e a maioria não consegue suportar o excesso de informações e tarefas.
É preciso encontrar atividades que aliviam o estresse
Regina Borges, 60 anos, lamenta ter se conscientizado tarde, após testar todos os seus limites. Por mais de 25 anos acumulando o papel de mãe de três filhos e o desgaste do emprego em uma empresa mineradora, a aposentada lembra que nem ligava para a sua qualidade da vida.
- Hoje, faço sessões de reiki e yoga. Consigo relaxar e aliviar a minha mente, o que vem me ajudando muito. Mas, nas últimas décadas, prejudiquei o meu lado social. Vivia estressada, irritada e de mau humor. Sentia também enxaquecas e um vazio constante dentro de mim, já que dormia pouco, era ansiosa e não tinha vontade de fazer nada.
E é para esses sintomas que o professor Maurício Viotti insiste em chamar a atenção. Segundo ele, tanto as mulheres quanto os homens altamente estressados correm o risco de desenvolver outros tipos de doença.
- O estresse afeta as glândulas (produção de hormônios), desestabilizando o organismo e órgãos vitais. Portanto, a sensação de ‘esgotamento’ e nervosismo pode levar à falta de imunidade, úlceras, problemas cardíacos e de pressão arterial, entre outras enfermidades”, detalha Viotti.
Um estudo da bióloga Ana Cristina Magalhães, ex-doutoranda da UFMG, divulgado neste semestre pela Universidade de Ontário, no Canadá, reforça ainda que os comportamentos do estresse e de disfunções psíquicas – depressão e a ansiedade, por exemplo – possuem relação direta entre si.
Mas, então, diante das dificuldades do dia a dia, é possível prevenir e combater o estresse? Maria José Marinho traz a resposta na ponta da língua: “sim”. Professora de yoga e reiki, ela fala com a propriedade de quem recebe em sua clínica muitos adultos, jovens, crianças e idosos, de ambos os sexos, que buscam relaxamento e “um pouco de paz”.
- A primeira coisa é saber dosar e absorver os obstáculos rotineiros, valorizando o convívio com os amigos, a família, ou seja, os momentos de lazer. Dormir bem, se exercitar, alimentar de forma saudável, evitar o fumo e bebidas alcoólicas também são lições fundamentais.
O professor de Psiquiatria Maurício Viotti avaliza as palavras de Maria José e aconselha, como complemento ao tratamento médico, as práticas terapêuticas alternativas. Massagens, energização, yoga e esportes, segundo ele, “revigoram as pessoas e as estimulam a enfrentar as exigências cotidianas”.
O número de estressados também cresceu 5,6% em 2009 no universo masculino. Mais de 30% dos 41.500 entrevistados pela pesquisa (em 2008 foram 26.011) disseram sentir estresse. Segundo, isso causa nos homens, em geral, sintomas como cansaço, irritação, baixo apetite sexual, falta de concentração e resfriados consecutivos.
- A diferença em relação às mulheres é que os homens não absorvem as requisições do lar.