Fernanda Vidigal, coordenadora do Festival Mundial do Circo que acontece até este domingo (28) em Caxambu (MG), define o espetáculo circense como uma “ópera popular”. Bailarinas, palhaços, balões, música, crianças, adultos e idosos, tudo isso pode ser visto na cidade recentemente promovida a “capital mundial do circo”. O festival teve início no dia 23 de julho e traz na programação uma mistura de nostalgia com a reformulação do espetáculo circense, levando atrações gratuitas para todos os gostos.

Espetáculo "Postclássic" diverte o público no Parque das Águas (Foto: Samantha Silva / G1)
Bailarina faz número com balão no Festival do Circo em Caxambu (Foto: Samantha Silva / G1)

Nas ruas de Caxambu, a dinâmica entre o velho circo e o novo espetáculo circense é percebida em cada atração. Em umas das praças do Centro da cidade, a Companhia Carroça dos Mamulengos  diverte um grupo de crianças que são convidadas a interpretar as brincadeiras junto com o palhaço. Ele chama um menino da platéia para ajudá-lo no número, que se levanta todo tímido e só fica mais à vontade depois do incentivo do palhaço: “Pra fazer teatro, tem que ser sem vergonha. Vamos lá!”
Depois de muitas ‘palhaçadas’, o número termina quando o menino, que se chama Fábio, coloca um pouquinho de água em um copo e o líquido se ‘multiplica’ e esparrama para todos os lados. As várias risadas que se seguem provam que não é preciso muita coisa pra fazer a alegria da criançada. O palhaço termina sua ‘lição’: “O palhaço sempre perde, e todos nós sempre perdemos e ganhamos. Isso é pra vocês aprenderem que depois do choro sempre vem o sorriso.”

Em outra parte da cidade, um outro tipo de espetáculo atrai grande público de todas as idades. Um imenso balão amarelo e laranja colore o céu de Caxambu, enquanto bailarinas em uma coreografia abstrata brincam no ar dependuradas à grande estrutura. Como foi através dos tempos, no circo sempre há espaço para todos os artistas e suas formas de arte.
Novos tempos, velhos palhaços
Mentora do festival, Fernanda explica que o evento acontece desde 2001 em Belo Horizonte (MG) e já passou por cerca de 14 cidades, não deixando de lado a tradição itinerante do circo. Neste ano, os produtores conquistaram um edital do Governo do Estado que busca incentivar o turismo em cidades do interior de Minas Gerais.

A fórmula funciona. A taxa de ocupação nos hotéis da cidade aumentou em 40%, segundo informações do convention da cidade à produção do evento. “O público está mudando. Por mais que se associe o circo às crianças, muitos adultos e pais chegam pra mim e falam que agora podem mostrar para os filhos o circo que viam na infância e eles são boa parte do público”.
Fernanda diz ainda que o circo está se renovando. O espetáculo está se profissionalizando. “Não se vê muito mais famílias tradicionais de artistas que vão passando a técnica de pai pra filho, mas de muitos artistas que se formaram em escolas para isso. O espetáculo também ganhou mais elementos estéticos, artistas que tocam seus instrumentos, e um roteiro que vai contando uma história, por exemplo”, completa.
O show precisa continuar
A lona colorida, os balões, a música ritmada em tom divertido mostram o caminho para o Parque das Águas onde cerca de 150 pessoas se reuniram para assistir o espetáculo “Postclássic”, do palhaço Tortell Poltrona. Dinâmico, seus números vão das piadas típicas de palhaço ao equilibrismo de cadeiras pela boca. Os intervalos entre muitas risadas são mínimos.


Seu Geraldo Ribeiro está na plateia e entrando no clima da “palhaçada”, quando questionado sobre quantos anos tem, ele responde 68 anos. A mulher dele, Dulcinéia de Almeida da Silva, corrige logo: “ele tem 86 anos”! O aposentado conta que sempre foi a circos e acha uma pena ter tão poucos espetáculos circenses para serem assistidos hoje em dia. “Mas está excelente o festival. Cada época é uma época.”
Dulcinéia completa dizendo que sente muita saudade da alegria da infância de antigamente. “Hoje as crianças têm muitas responsabilidades e muitas vezes não podem viver a alegria e o desprendimento da infância. É muito bom ver um espetáculo assim. É uma coisa que vem da alma, e só traz alegria”, completa.
Após o término do espetáculo, o pequeno Mikael, de apenas quatro anos, se diverte com o restante das fitas que sobraram no palco de Tortell, correndo por todos os lados. Ele conta que o número que mais gostou foi do palhaço equilibrando várias cadeiras pela boca. Apesar de toda a competição com um mundo que muda vários de seus conceitos, o pequeno Mikael é prova de que os palhaços do circo continuam cumprindo sua missão de levar alegria ao ‘respeitável público’: “Eu achei muito legal. Ele me fez rir”, finaliza a criança.

BAILARINAS EM BALÕES E PALHAÇOS ENCANTAM O PÚBLICO EM CAXAMBU

Fernanda Vidigal, coordenadora do Festival Mundial do Circo que acontece até este domingo (28) em Caxambu (MG), define o espetáculo circense como uma “ópera popular”. Bailarinas, palhaços, balões, música, crianças, adultos e idosos, tudo isso pode ser visto na cidade recentemente promovida a “capital mundial do circo”. O festival teve início no dia 23 de julho e traz na programação uma mistura de nostalgia com a reformulação do espetáculo circense, levando atrações gratuitas para todos os gostos.

Espetáculo "Postclássic" diverte o público no Parque das Águas (Foto: Samantha Silva / G1)
Bailarina faz número com balão no Festival do Circo em Caxambu (Foto: Samantha Silva / G1)

Nas ruas de Caxambu, a dinâmica entre o velho circo e o novo espetáculo circense é percebida em cada atração. Em umas das praças do Centro da cidade, a Companhia Carroça dos Mamulengos  diverte um grupo de crianças que são convidadas a interpretar as brincadeiras junto com o palhaço. Ele chama um menino da platéia para ajudá-lo no número, que se levanta todo tímido e só fica mais à vontade depois do incentivo do palhaço: “Pra fazer teatro, tem que ser sem vergonha. Vamos lá!”
Depois de muitas ‘palhaçadas’, o número termina quando o menino, que se chama Fábio, coloca um pouquinho de água em um copo e o líquido se ‘multiplica’ e esparrama para todos os lados. As várias risadas que se seguem provam que não é preciso muita coisa pra fazer a alegria da criançada. O palhaço termina sua ‘lição’: “O palhaço sempre perde, e todos nós sempre perdemos e ganhamos. Isso é pra vocês aprenderem que depois do choro sempre vem o sorriso.”

Em outra parte da cidade, um outro tipo de espetáculo atrai grande público de todas as idades. Um imenso balão amarelo e laranja colore o céu de Caxambu, enquanto bailarinas em uma coreografia abstrata brincam no ar dependuradas à grande estrutura. Como foi através dos tempos, no circo sempre há espaço para todos os artistas e suas formas de arte.
Novos tempos, velhos palhaços
Mentora do festival, Fernanda explica que o evento acontece desde 2001 em Belo Horizonte (MG) e já passou por cerca de 14 cidades, não deixando de lado a tradição itinerante do circo. Neste ano, os produtores conquistaram um edital do Governo do Estado que busca incentivar o turismo em cidades do interior de Minas Gerais.

A fórmula funciona. A taxa de ocupação nos hotéis da cidade aumentou em 40%, segundo informações do convention da cidade à produção do evento. “O público está mudando. Por mais que se associe o circo às crianças, muitos adultos e pais chegam pra mim e falam que agora podem mostrar para os filhos o circo que viam na infância e eles são boa parte do público”.
Fernanda diz ainda que o circo está se renovando. O espetáculo está se profissionalizando. “Não se vê muito mais famílias tradicionais de artistas que vão passando a técnica de pai pra filho, mas de muitos artistas que se formaram em escolas para isso. O espetáculo também ganhou mais elementos estéticos, artistas que tocam seus instrumentos, e um roteiro que vai contando uma história, por exemplo”, completa.
O show precisa continuar
A lona colorida, os balões, a música ritmada em tom divertido mostram o caminho para o Parque das Águas onde cerca de 150 pessoas se reuniram para assistir o espetáculo “Postclássic”, do palhaço Tortell Poltrona. Dinâmico, seus números vão das piadas típicas de palhaço ao equilibrismo de cadeiras pela boca. Os intervalos entre muitas risadas são mínimos.


Seu Geraldo Ribeiro está na plateia e entrando no clima da “palhaçada”, quando questionado sobre quantos anos tem, ele responde 68 anos. A mulher dele, Dulcinéia de Almeida da Silva, corrige logo: “ele tem 86 anos”! O aposentado conta que sempre foi a circos e acha uma pena ter tão poucos espetáculos circenses para serem assistidos hoje em dia. “Mas está excelente o festival. Cada época é uma época.”
Dulcinéia completa dizendo que sente muita saudade da alegria da infância de antigamente. “Hoje as crianças têm muitas responsabilidades e muitas vezes não podem viver a alegria e o desprendimento da infância. É muito bom ver um espetáculo assim. É uma coisa que vem da alma, e só traz alegria”, completa.
Após o término do espetáculo, o pequeno Mikael, de apenas quatro anos, se diverte com o restante das fitas que sobraram no palco de Tortell, correndo por todos os lados. Ele conta que o número que mais gostou foi do palhaço equilibrando várias cadeiras pela boca. Apesar de toda a competição com um mundo que muda vários de seus conceitos, o pequeno Mikael é prova de que os palhaços do circo continuam cumprindo sua missão de levar alegria ao ‘respeitável público’: “Eu achei muito legal. Ele me fez rir”, finaliza a criança.