Um caminhão baú com placas de Soledade de Minas-MG, carregado com um agrotóxico inseticida e acaricida considerado produto químico perigoso, tombou por volta das 10:45hs, da manhã deste domingo (05/01) no KM 291 da rodovia MGC-383 sentido Caxambu, derrubando toda a carga em um grotão, as margens do acostamento.
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Quem passava pelo local se assustava com a carreta capotada as margens da rodovia e se perguntava sobre o estado de saúde do motorista, que por um milagre não sofreu nenhum arranhão. Ele foi atendido pelos socorristas do Samu e liberado ainda no local. A equipe de resgate do Corpo de Bombeiros de São Lourenço também esteve no local do acidente e após analisar a carga derramada descobriu se tratar de um produto químico de alta periculosidade para o contato humano, denominado Urge 750.
Carga de agrotóxico ficou espalhada nas margens da rodovia / Fotos: Rogério Brasil |
Sendo assim a Polícia Militar do Meio Ambiente, juntamente com a Polícia Rodoviária tiveram que interditar o trecho, já que até mesmo a inalação do produto, pode causar consequências desagradáveis ao organismo humano. Toda carga deve ser removida do local para que o caminhão seja retirado, o que pode causar varias interdições no trânsito no trecho durante toda tarde deste domingo.
Área teve que ser isolada para evitar contaminação / Fotos: Rogério Brasil |
Segundo a PRE, o motorista que passar pelo local, deve evitar a curiosidade e a proximidade com o produto afim de evitar também a contaminação pelo mesmo.
Sobre o Urge 750:
URGE 750 SP é um inseticida/acaricida de ação sistêmica, do grupo químico organofosforado, que contém o ingrediente ativo ACEFATO 750 g/kg, na formulação Pó Solúvel, indicado para o controle de insetos e ácaros nas culturas de algodão,
amendoim, citros e soja.
Grupo químico Organofosforado (OP) Via de exposição Dérmica, inalatória, oral e ocular. As principais vias de exposição são a respiratória e cutânea. Toxicocinética Os OP são absorvidos através da pele, trato respiratório e trato gastrointestinal, e muitas vezes sua absorção é favorecida pelos solventes presentes na formulação.
amendoim, citros e soja.
Grupo químico Organofosforado (OP) Via de exposição Dérmica, inalatória, oral e ocular. As principais vias de exposição são a respiratória e cutânea. Toxicocinética Os OP são absorvidos através da pele, trato respiratório e trato gastrointestinal, e muitas vezes sua absorção é favorecida pelos solventes presentes na formulação.
A absorção cutânea é maior em
temperaturas elevadas ou quando existem lesões na pele. Após
absorvidos são amplamente distribuídos. Não existem evidências de
bioacumulação. Os compostos sofrem biotransformação,
principalmente no fígado, formando produtos menos tóxicos e mais
polares, que são eliminados facilemente do organismo.
A eliminação
desses compostos ocorre principalmente através da urina (90%) e
das fezes, sendo que 80 a 90% da dose absorvida é eliminada em 48
horas. Uma pequena proporção destas substâncias e de suas formas
ativas (oxons) é eliminada, sem modificação, na urina.
A meia-vida
dos organofosforados, após administração única, varia de minutos a
poucas horas, dependendo do composto e da via de entrada.
Mecanismos de
toxicidade
O mecanismo clássico de ação é por inibição da enzima
acetilcolinesterase, a que impede a inativação do neurotransmissor
acetilcolina (ACh), permitindo assim, sua
ação mais intensa e prolongada nas sinapses colinérgicas,
provocando superstimulação colinérgia das terminações nervosas.
Isso torna inadequado a transmissão dos estímulos às células
musculares, glandulares, ganglionares e do sistema nervoso (SN),
causando efeitos muscarínicos (SN parassimpático), nicotínicos (SN
simpático e motor) e no sistema nervoso central (SNC). A duração
dos efeitos é determinada pelas propriedades do composto
(solubilidade em lipídeo, estabilidade da união acetilcolinesterase e
se o envelhecimento da enzima já há ocorrido).
O que acontece é
que a inibição da Ach pelos organofosforados é feita no início por
uma ligação iônica temporária, mas a enzima é gradativamente
fosforilada por uma ligação covalente, processo que leva em torno de
24 a 48 horas („envelhecimento da enzima”) e quando ocorre, a
enzima mão mais se regenera, desaparecendo os sintomas.
Da Redação do Popular.net